A demência afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, número que deve triplicar até 2050, particularmente em países de baixa e média renda, onde vivem aproximadamente dois terços das pessoas com demência. Estes são os dados divulgados no relatório atualizado da Comissão Lancet sobre prevenção, intervenção e cuidados com demência, apresentado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC 2020).

“Vinte e oito especialistas em demência, líderes mundiais, adicionaram três novos fatores de risco no novo relatório: consumo excessivo de álcool e ferimentos na cabeça na meia-idade e poluição do ar posteriormente. Estes são, além de nove fatores identificados anteriormente pela comissão em 2017: menos educação no início da vida; perda auditiva na meia-idade, hipertensão e obesidade, tabagismo, depressão, isolamento social, inatividade física e diabetes mais tarde na vida (65 anos ou mais).”

Mudar o estilo de vida, investindo nos exercícios físicos, alimentação saudável, manter a saúde mental (evitar depressão, isolamento social), tratar a surdez ainda na meia idade, evitar o tabagismo, diabetes, obesidade, alcoolismo e poluição são alguns dos fatores que podem ajudar você a evitar algum tipo de demência. Necessitamos fazer a nossa parte, com foco e a disciplina que muitas vezes usamos para tomar um remédio, mas não usamos para manter a mudança de hábitos.

No ano de 2020, formamos uma clínica interdisciplinar focada no envelhecimento saudável, a Clínica Estrela Brasil, pois acreditamos que, mudando nossos hábitos, poderemos ter melhor qualidade de vida. Estamos iniciando uma transição (ainda discreta) do conceito de saúde, onde não devemos tratar apenas os sintomas da doença, mas procurar sua raiz. A nova geração já está mais preocupada em criar hábitos saudáveis do que apenas procurar um remédio que alivia o sintoma, não trata a doença e muitas vezes traz outros desajustes ao nosso corpo.

A pandemia do corona vírus me trouxe uma lição: aquele que não investir na mudança de hábitos e não tiver uma boa saúde, pode pagar com sua própria vida. Não quero aguardar outra pandemia e ficar sujeita a algum vírus em troca do prazer imediato (geralmente comida, alcoolismo, sedentarismo e tabagismo), prefiro investir nas mudanças de hábitos (sei que não é fácil, mas nada é impossível) e me preparar para uma velhice mais ativa e saudável. Eu estou plantando hoje o que vou colher mais tarde, e você já começou a semear as mudanças?

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