Afinal, será que existe tratamento para recuperar a audição? Esta é uma das grandes dúvidas entre as pessoas que começam a desenvolver uma perda auditiva – que é uma condição extremamente frustrante de lidar.
A medida que uma pessoa começa a perder a audição, ela tem dificuldade em manter conversas produtivas com outras pessoas, desfrutar de suas músicas ou filmes favoritos e pode aumentar o risco de acidentes de trânsito (entre outros). A perda de audição também pode contribuir para várias condições de saúde mental – como depressão e declínio cognitivo.
Segundo um estudo do Instituto Locomotiva e da Semana da Acessibilidade Surda, existem 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva no Brasil. E os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) são alarmantes: em todo o mundo, 466 milhões de pessoas sofrem de perda auditiva com marcas de invalidez – mas este número pode chegar a 900 milhões até o ano de 2050.
Levando em conta esta realidade, voltamos à pergunta inicial: existe tratamento para recuperar a audição?
A resposta a esta pergunta é: depende do tipo de perda auditiva. Embora alguns casos de perda auditiva possam ser corrigidos imediatamente, outros exigirão um tratamento de longo prazo e alguns serão completamente irreversíveis (nesse caso, aparelhos auditivos ou implantes cocleares provavelmente serão recomendados).
Ou seja, não existe uma resposta definitiva quando falamos sobre tratamento para recuperar a audição. Cada caso requer uma análise para encontrar a causa da perda auditiva, identificar o tipo específico de perda auditiva que está ocorrendo e desenvolver um plano de tratamento adequado às necessidades.
Neste artigo, vamos entender melhor como funciona o tratamento para recuperar a audição. Confira!
Quais são as diferentes causas da perda auditiva?
Antes de falarmos sobre o tratamento para recuperar a audição, é importante entendermos quais são as causas que podem levar à perda auditiva. Afinal, o tratamento ideal varia conforme as causas identificadas.
A perda auditiva afeta grande parte da população e, naturalmente, são diversas as causas identificadas:
A causa mais comum de perda auditiva é a idade. Chamada de presbiacusia, a cada 20 anos que uma pessoa envelhece, ela perde cerca de 10% de sua capacidade de ouvir. No entanto, para algumas pessoas, a perda auditiva relacionada à idade ocorre em um ritmo ainda mais rápido. Vários estudos têm demonstrado que esta degeneração de várias estruturas do ouvido interno é multifatorial, mas está ligada principalmente ao estresse oxidativo e inflamação crônica. Estudos demonstram que substâncias antioxidantes têm o potencial de prevenir ou retardar esta degeneração. Embora a perda auditiva relacionada à idade ainda não possa ser “revertida”, aparelhos auditivos podem ser usados para melhorar sua audição geral.
Outras causas possíveis de perda auditiva incluem doenças, exposição a ruídos altos, lesões e medicamentos ototóxicos. Para muitas pessoas, existem vários fatores que contribuem para a perda auditiva, o que pode dificultar o processo de diagnóstico. Se esses tipos de perda auditiva podem ser revertidos, dependerá do tipo de perda auditiva que você está experimentando e da intensidade da causa subjacente.
Diferentes tipos de perda auditiva
Geralmente, a perda auditiva pode ser classificada em um dos três tipos:
- Perda auditiva neurossensorial
- Perda auditiva condutiva
- Perda auditiva mista
1. Perda auditiva neurossensorial
A perda auditiva neurossensorial é o tipo mais comum de perda auditiva e é desencadeada por danos ao ouvido interno ou ao nervo auditivo. Estes componentes do ouvido são delicados e complexos, o que torna o tratamento difícil. Esse tipo de perda auditiva geralmente é permanente e pode ser desencadeado por envelhecimento, ruídos altos ou doenças. A genética também pode contribuir para problemas auditivos neurossensoriais.
2. Perda auditiva condutiva
A perda auditiva condutiva é causada por problemas no ouvido médio ou externo. Os tipos comuns de perda auditiva condutiva incluem bloqueio (como cera de ouvido ou outras substâncias naturais), anormalidades ósseas e danos ao tímpano. As orelhas média e externa são menos complexas do que as internas e também são mais fáceis de acessar. Por isso, a perda auditiva condutiva tem uma probabilidade muito maior de ser revertida.
3. Perda auditiva mista
O terceiro tipo de perda auditiva é a perda auditiva mista, o que significa que tanto a perda auditiva neurossensorial quanto a condutiva estão afetando a capacidade de audição.
Quando a perda auditiva pode ser revertida?
Reverter a perda auditiva condutiva é significativamente mais fácil do que reverter a perda auditiva neurossensorial. A perda auditiva condutiva muitas vezes pode ser tratada com procedimentos não invasivos, como medicamentos, limpeza do ouvido ou uma simples remoção de qualquer objeto encontrado no ouvido médio ou externo.
A perda auditiva neurossensorial, por outro lado, é muito mais difícil de reverter. Alguns tipos de perda neurossensorial serão inevitavelmente permanentes. No entanto, numa visão integrativa, o cuidado da saúde em geral, com uma excelente nutrição, atividade física, hábitos de sono adequados, bom humor e relacionamentos sociais, além do tratamento de doenças já existentes, podem auxiliar a retardar a perda auditiva, principalmente relacionada à idade (presbiacusia). Os aparelhos auditivos não são invasivos e podem ser facilmente ajustados para atender as necessidades de cada paciente, auxiliando nesta visão integrativa, pois amparam no incremento ou manutenção da atividade social e saúde mental. Em outras situações, os implantes cocleares podem ser a opção preferida.
Como é o tratamento para recuperar audição?
Se você tem problemas de audição, há ajuda disponível. Porém, o tratamento para recuperar a audição depende da causa e da gravidade da sua perda auditiva. As opções incluem:
Avaliação dos hábitos de vida e deficiências de nutrientes
Os hábitos de vida e deficiência de nutrientes impactam diretamente na saúde em geral e, consequentemente, na saúde auditiva. O consumo de alimentos alergênicos, altamente industrializados, podem favorecer o aparecimento de doenças (hipertensão, diabetes, doenças autoimunes, distúrbios da tireoide, obesidade e doenças coronarianas) que estão intimamente ligadas à perda auditiva. A falta de atividade física associada à perda auditiva fazem com que o idoso perca sua autonomia rapidamente.
Remoção do bloqueio de cera
O bloqueio de cera pode ser uma razão reversível para a deficiência auditiva. Seu médico pode remover a cera usando sucção ou usando ferramentas esterilizadas de remoção de cera de ouvido.
Procedimentos cirúrgicos
Alguns tipos de deficiência auditiva são tratados com cirurgia – como anomalias do tímpano ou dos ossos da audição (ossículos). Se você teve infecções contínuas com formação persistente de fluidos, seu médico pode inserir pequenos tubos para drenar seus ouvidos.
Uso de remédios
Em casos de sensação de perda de audição em decorrência de infecção no ouvido causada por vírus ou bactérias, o melhor tratamento é o uso de remédios. Geralmente, os medicamentos receitados são antibióticos e analgésicos – que são eficazes para reverter a sensação de perda auditiva, dor e febre. Os corticoides e vasodilatadores em algumas situações também são indicados pelo médico.
Implantes cocleares
Para pacientes com deficiência auditiva severa em que os aparelhos auditivos típicos se mostram ineficazes, um implante coclear pode ser uma opção. Um implante coclear contorna as partes danificadas ou inoperantes do ouvido interno e estimula diretamente o nervo auditivo.
Aparelhos auditivos
Se a sua deficiência auditiva é do tipo neurossensorial ou mista, um aparelho auditivo pode ser o tratamento indicado para recuperar a audição. O desempenho satisfatório vai depender de uma série de fatores: tempo que ficou com a perda auditiva, qual estrutura do ouvido está danificada, tipo de tecnologia escolhida, aceitação e uso do aparelho auditivo e, principalmente, a experiência de quem regula os aparelhos auditivos.
Os aparelhos auditivos consistem em circuito, bateria, alto-falante, amplificador e microfone. O circuito é a peça chave hoje em dia, pois é nele que a tecnologia é inserida e é feito o controle dos sons que entram e como eles serão devolvidos ao ouvido. Temos mais tecnologia num aparelho auditivo do que a Apollo 11, que levou o homem à lua. Hoje, eles são muito pequenos, discretos e podem caber dentro da orelha. Eles vêm em uma variedade de tamanhos, circuitos e níveis de potência. Esses aparelhos não curam a surdez, mas trabalham o som que entra no ouvido para que o ouvinte possa perceber os sons com mais clareza.
Treinamento auditivo
São exercícios que promovem a reabilitação da audição através da estimulação das habilidades auditivas necessárias para compreender o que se ouve. Indicado para pacientes com alteração no processamento auditivo (central) sem perda auditiva ou com as próteses auditivas já adaptadas.
Qual o melhor tratamento para perda auditiva induzida pela idade?
Acreditamos que uma boa avaliação médica com uma visão integrativa, uma equipe interdisciplinar, que cuide da saúde como um todo, além dos aparelhos auditivos bem adaptados é o melhor tratamento neste momento.
Tratamento com terapia gênica, com substâncias antioxidantes, com células tronco estão sendo estudadas. Mas, enquanto estão em fase de pesquisa, não estão disponíveis para o mercado consumidor. O importante é o sistema auditivo funcionando, principalmente a parte central, para que, quando as novidades chegarem, você possa usufruir.
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